“Depois do amor à vida, o sexo é a maior e mais ativa força e ocupa quase todas as vontades e pensamentos da porção mais jovem da humanidade. Ele é a meta final de praticamente todos os esforços humanos. Exerce uma influência desfavorável nos assuntos mais importantes, interrompe a toda hora as ocupações mais sérias e às vezes inquieta por algum tempo as maiores mentes humanas. (…) o sexo é realmente o alvo invisível de toda ação e conduta e surge em toda parte, apesar dos panos que são jogados em cima dele. Motivo de guerra e objeto da paz, (…) fonte inesgotável da razão, chave de todas as insinuações e sentido de todas as pistas misteriosas, de todas as ofertas silenciosas e olhares roubados, é nele que pensam os jovens e, com freqüência, os velhos também; no que pensam os impudicos todas as horas e a fantasia recorrente e constante dos pudicos, mesmo contra a vontade deles. Se considerarmos tudo isso, somos levados a perguntar: por que tanto barulho e confusão? Por que tanta pressa, tanto tumulto, angústia e empenho? Trata-se apenas de cada João encontrar sua Maria. Por que tal ninharia é tão importante e costuma trazer distúrbio e confusão na vida do homem? “Embora os dois envolvidos ignorem, o verdadeiro fim de toda história de amor é gerar uma criança”, continua ele. “Portanto, o que realmente dirige o homem é um instinto dirigido para o que é melhor para a espécie, embora o homem pense que procura apenas a intensificação do próprio prazer”.
Irvin D. Yalom. Livro “A cura de Schopenhauer”.
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